Adobe Analytics: Configurando picos de tráfego

Todos aqueles que já passaram pela transição do Google Analytics para o Adobe Analytics sabem que esse último apresenta uma série de particularidades e diferenças conceituais muito importantes. Desde a configuração da plataforma, passando pela definição de variáveis nas tags, até a extração de dados, existem várias situações que geram dúvidas e podem impactar no bom resultado das análises.

Uma dessas diferenças, a necessidade de configurar alertas de picos de tráfego, pode parecer estranha para muitos usuários acostumados com outras ferramentas, porém, como veremos adiante, esse é um assunto da maior importância para sites com alto tráfego e que precisam ter as informações atualizadas em tempo real.

De uma maneira geral, a configuração de picos de tráfego no Adobe Analytics está diretamente relacionada ao poder de processamento disponível para a captura e armazenamento dos dados. Assim, quanto maior o tráfego no site, maior a necessidade de processamento. Em outras palavras, mais hardware deve ser alocado para o cliente. No Google Analytics, diferentemente, à partir de um certo volume de tráfego, os dados são processados por amostragem. Ou seja, parte dos dados capturados é descartada justamente para manter o desempenho dos relatórios, sem a necessidade de alocação de hardware adicional. E é nesse ponto que percebemos uma diferença conceitual importante e muito relevante para empresas que geram alto volume de dados.

Normalmente, a quantidade de hardware alocada no Adobe Analytics é suficiente para atender o tráfego normal do site e suportar uma flutuação de até 20% do tráfego médio verificado nos últimos meses. Essa infraestrutura é suficiente para a grande maioria das situações de tráfego intenso, porém, quando há picos muito grandes, podem ocorrer atrasos na disponibilidade dos dados nos relatórios. Isso significa que os dados continuarão sendo capturados, mas poderão demorar para serem exibidos nos relatórios. Para muitas organizações esse tipo de atraso pode significar perdas financeiras significativas (como durante grandes campanhas de mídia ou datas importantes para o comércio, por exemplo).

Por essa razão é que foram criados os alertas de pico de tráfego no Adobe Analytics. É uma configuração muito simples, feita na tela de administração do próprio Analytics, mas que requer bastante antecedência para que a equipe de alocação de hardware da Adobe possa realizar o procedimento em tempo hábil. Em casos extremos, como nos sites de e-commerce durante a Black Friday, que podem experimentar picos até 10 vezes maiores do que o tráfego normal, a programação dos alertas deve ser feita com mais de 30 dias de antecedência e com o envolvimento direto do gerente da conta da Adobe.

A seguir descrevemos um passo a passo sobre como configurar os picos de tráfego no Adobe Analytics. Você precisará de acesso de Administrador às configurações dos report suítes (Admin>Report Suites>Edit Settings)

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1 – Tráfego Permanente (Permanent Traffic)

Quando um report suite é criado uma das configurações globais obrigatórias é o tráfego permanente esperado. É com base nessa informação que a alocação de hardware inicial será feita. Com o passar do tempo, se o tráfego crescer incrementalmente (sem grandes picos), a alocação de hardware adicional é feita sem necessidade de aviso prévio. Mesmo assim, é fundamental manter essa informação sempre atualizada, pois é com base nesse dado que os picos serão calculados e o desempenho dos relatórios será mantido. Essa configuração pode ser feita na opção Permanent Traffic.

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2 – Alertas de picos de tráfego (spikes)

Essa configuração deve ser feita para o período exato em que os picos estão previstos. Ou seja, você deverá estimar qual será o tráfego total durante aquele período. Se a previsão for de um acréscimo menor que 20%, não é necessário programar o alerta. Mas atenção! Esse alerta deve ser feito para todos os report suites que possam ser afetados pelo pico. E caso o pico de um dia seja muito maior do que os de outros dias do período é recomendado fazer uma programação de pico separada para esse dia específico (ex.: Black Friday).

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Assim, para a data selecionada, você deve digitar a quantidade de server calls estimados e enviar o alerta. Após o envio, a equipe de alocação de hardware irá analisar o pedido e se houver uma discrepância muito grande com relação ao histórico de tráfego, eles podem pedir esclarecimentos e até mesmo negar a alocação de hardware, caso esteja fora do prazo mínimo necessário.

3 – Picos imprevistos

Existem situações em que não é possível antecipar grandes picos de tráfego, principalmente quando estão relacionados a notícias (catástrofes naturais, morte de celebridades ou governantes, etc). Nesses casos, é imprescindível o envolvimento do gerente da conta na Adobe para que ele possa alertar a equipe de alocação de hardware e tentar minimizar o impacto no processamento dos dados. Não é necessária nenhuma configuração na ferramenta.

Como pudemos ver nesse artigo, essa é mais uma das muitas diferenças de gerenciamento entre o Adobe Analytics e Google Analytics, que requerem planejamento prévio e uma melhor organização das atividades relacionadas à manutenção das tags e geração de relatórios. Mas, apesar de em princípio parecerem desnecessárias ou inconvenientes, elas servem ao propósito de oferecer maior poder e agilidade na captura e analise de grandes quantidades de dados, em múltiplas propriedades digitais.

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 Por Ricardo Araújo

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